Segunda Parte
O Cavaleiro Errante assume sua…
VI
Superioridade
7 – Por que não assumirias tua superioridade
Se não acreditas em deuses nem eternidade
Por que não assumirias tua superioridade
Se és essência de tua ética
Por que não assumirias tua superioridade
Se deixas o Amor guiar tua racionalidade
Ah quão suprema é a elevação sem vulgares muletas
O Cavaleiro Errante faz…
VII
Sexo
6 – Urge morrer matar de gozo
Pouco tempo resta
Amassar a carne como se amassa o pão
Lambuzar-se do objeto do desejo
Pospor o sol
Mais umas horas de cumplicidade lunar
Ejetar ferozmente e cair em câmera lenta
O Cavaleiro Errante atravessa a…
VIII
Desolação
1 – Há um desfilar de ausências
Mortos amados que ensaiam patética farândola
Em paisagens calcinadas
E ao acordar o vácuo da saudade
O irreversível gritando presente
O longo dia esvaziado da cor
Transbordando indiferença
O Cavaleiro Errante sente…
IX
Náusea
1 – Vomitar
O mastigado o superficial
O morno o frouxo
O que não vibra o que que não ousa
O exasperadamente gasto
O milênio feito século
O século feito minuto
O Cavaleiro Errante se recolhe na…
X
Introspecção
7 – Som intermitente gota da folha
Sobre a areia do jardim
A intensa volúpia de nada desejar
Na plenitude do não dito
No espaço-tempo não mencionado
Graça de encher-se subir
Esvaziar-se dissolver-se
E o Cavaleiro Errante, soixante-huitard desiludido, ouve uma distante sarabanda, apea-se, desparafusa sua máscara de ego e se deita no silêncio de uma eternidade que não existe…
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