De Falo em Flor
Passados os dias de furor
selvagem esplendor
roídos pelo Tempo
quando o falo em flor fala mais alto
e fustiga a razão
passada a estação
dos nardos e papoulas dançando o cio
quando o desassossego e a turbulência
travam as vísceras
lasso de ilusões remendadas
exausto
miro o alvo celeste
à procura de céus invertidos e constelações rebeldes
e na busca inglória
acoplo palavras à alma conectada
na ingênua esperança de reviver a alva
primitivo alvor
seco agora de magia e graça
como quando criança contava sete estrelas
e colocava um espelhinho sob o travesseiro
para refletir meu sonho
antes de acordar
para o que achava não ser o real
realidade doce-amarga
com sabor de chá verde e hortelã
03-06-21
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