A Primeira Vez

A Primeira Vez

[frente à câmera]

        Pois é, a primeira vez a gente não esquece. As outras, com a prática, viram carne de vaca. Ou quase arroz com feijão. Eu era uma menina (sim, já na puberdade) muito fogosa, louquinha por saber como era essa coisa de ser penetrada. E já naquela época vivia fantasiando e não era o sonho do grande amor, mas a descoberta do sexo. E já me tocava, sem chegar ao orgasmo, mas sentia muito prazer. Devo acrescentar que, muito pequena, meu pai abusou de mim, me tocou por todo o corpo, inclusive na santinha, sem colocar o dedo dentro. Depois ele se trancou no banheiro, provavelmente para se masturbar. Mas nunca fiquei com bronca do meu pai, mesmo depois de adulta. O sexo é muito bom para o corpo e para a cabeça. E, infelizmente, ainda muito cheio de tabus. Os nossos indígenas tinham um conceito muito evoluído e natural do sexo, sem os preconceitos judaico-cristãos. Aos 14 anos tive minha primeira experiência de sexo em grupo. Aconteceu com três colegas de escola. Estávamos bêbados e drogados. E me deixei comer – como dizem os machistas – pelos três. Encheram-me a santinha, que já não era tão santinha, de esperma adolescente. Foi bom. Mas voltando à primeira vez, quando tinha 12 anos. Havia um senhor, com mais de 70 anos, que frequentava a casa dos meus pais. Eu percebia que ele sempre me olhava com olhos… lúbricos, digamos. E um dia em que meus pais tinham saído com meu irmão pequeno, a coisa aconteceu. Quando menos eu esperava.

        – Oi, minha querida. Tudo bem? E seus pais e seu irmão?

        – Foram fazer compras no shopping.

        – E deixaram você sozinha?

        – Deixaram. Mas não tem problema. Eu não queria ir.

        – E seu namorado?

        – Não tenho namorado.

        – E você não gostaria de ter namorado?

        – Gostaria, sim.

        – Sente falta de um namorado, né?

        – Sinto, sim.

        – Vem me dar um abraço.

        Dei um abraço. E senti que seu membro estava duro. E assim, conversa vai conversa vem, toca aqui toca ali, acabei sendo penetrada. Com camisinha – o safado já vinha preparado. Foi legal. Esse velho bonitão, de membro avantajado, era meu avô.

27-08-22

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