As Flores Selvagens
Arranque teu grito do meu peito
arranque teu uivo do meu coração
arranque teu berro da minha mente
arranque teu gemido da minha garganta
venha
com o fogo ancestral incrustrado na alma
com a loucura do instante cravada na carne
venha comigo às profundezas do oceano
mergulhemos neste voo aquático
escoltados por delfins e raias fosforescentes
e cardumes de asfódelos
de corpos acoplados misturando nosso fluir
até o altar da catedral submersa
onde faremos desabrochar
ao som do Aleluia de Haendel
as flores selvagens
as flores malditas
as flores do êxtase
e penetrar
doce violência
em ritmo de adágio
fração de eternidade
clímax
antes que o vulcão submarino entre em erupção
sob as pedras góticas
explosão
21-04-22
Deixe um comentário